Quarta-feira, 30 de Junho de 2004
Tu és o sonho que sonhei
A flor que colhi e não plantei
O amor dos amores que vivi
A dor das dores que já senti.
És a pureza nascente
O doce brilho do sol poente
O som alegre do despertar
Duma ave azul a cantar.
Estás num verso do meu poema
Das linhas em prosa dum tema
Que um dia um poeta pensou
Mas por ser poeta nunca o acabou.
João Miranda
Tu és...
O sol que entrou na minha vida
Que devolveu o gosto
De viver.
Tu és...
A mais linda lua
Que passou a iluminar
As minhas noites.
Tu és...
Todas as estrelas do universo
Onde de repente
Começaram a brilhar
Para mim
Tu és...
O amor que esperei toda a vida...
João Miranda
Eu vou querer um livro só para ti!
Vou escrever
Escrever em folhas brancas
Ou em simples pensamento!
Vou escrever
Meus sonhos e desejos
Tudo o que te dou mais aqueles beijos
Que não te dou
E que ficam retidos
Nesta boca que te ama te quer e acarinha!
E anseia
Que cada página desse livro
Que por acaso alguém leia
Consigam descobrir
O que não dizes!
E este livro tem folhas contadas
Algumas simples
Outras dobradas
Umas contam dôr...
E as outras contam tudo aquilo
Que eu e tu fazemos, sentimos - AMOR!
João Miranda
Terça-feira, 29 de Junho de 2004
Há sons que vibram
Na noite
Do outro lado do tempo.
Há palavras
Que respiram povoadas
No pensamento
São reflexos do luar
Com histórias por contar.
São sonhos acordados
Com asas
Feitas de mar...
São o sol
De outras marés
Agua mel
Pétala de flor.
Em momentos naufragados...
Lágrimas gestos e dor!
São silencios
Bordados de espuma branca
Do mar.
São frutos e sementes,
Semeados pelo mar!
João Miranda
Quero ser teu amigo
Quero ser teu cavalheiro
Quero ser a tua luz
...A chama...
O calor que no inverno da vida
Te faltará
Quero ser o teu guarda
Ser o teu guia
...Ser tudo.
Ser a verdade
A razão do nascer do dia
A razão do pôr do sol
Ser a tua felicidade
O futuro e a segurança
Que precisas
Que procuras
Ser a tua esperança.
E se as nuvens esquecerem
Que a sua côr é importante
É denunciante
Do bom ou do mau tempo!
Nós poderemos lembrar-lhes
Que a côr vem do olhar
Com que olhamos o que amamos.
A côr vem do sentimento!
Por isso te aguardo
A cada instante
Aqui na noite...
Ou amanhã... Pelo dia
Para te ter presente
E seres a minha guia!
João Miranda
Segunda-feira, 28 de Junho de 2004
Não deixes que
O brilho do teu olhar desapareça
Vive a vida com o presente
Não esquecendo
Momentos bons do teu passado
Ainda que por vezes te entriteça
Dá-te por vencedora
Pelo caminho já andado
Esse brilho será como um estandarte
Que exibes neste longo caminhar
Podes sentir frio, fome e dor
Mas nada é interior
Enquanto conservares
Esse brilho no olhar...
João Miranda
Domingo, 27 de Junho de 2004
És o silencio
Que a voz quer gritar,
És a primavera da vida
Asa pronta a voar,
És o por do sol
No meu horizonte,
Teu corpo é mar
Agua da minha fonte.
Tu és a melodia
Que um dia irei escrever
Com gosto de poesia
E amor a acontecer!
(Que a tua vida certa, laboriosa e fatigada, seja uma sinfonia de amor que apeteça ouvir cantar...Obrigado por estares a partilhar comigo um pouco de ti. Ao leres este poema sabes que é para ti)
João Miranda
Calcaram o palco da noite
Os poetas meus irmãos
Tristes os meus versos
Espreitam pelo afoite
E ás deles juntei as minhas mãos
Pela noite os segui espiritualmente
Não consegui dormir tranquilo
Temporais de alma naufragaram-me
Em tal torrente
Que pelas dores no leito fiquei prostado
Morri acredito com tal fé
Que os braços da mesma
Me ressuscitaram
Porque Jesus aos sofredores
Insensível não é
Só por isso meus poemas
Novamente floriram
Acredito no paraíso espiritual
Na perfeição oculta
Dos meus irmãos
Que combatem as forças vivas do mal
Com purificadas ocultas santas mãos.
No palco dos poetas
Não dormi tranquilo
Portas encerradas
Num instante ficaram abertas
E meu ânimo mais levantado
São estes meus poemas teus
Nada os poderá reter
Tudo está para além
Da tumba fria
Gritando a este pequeno grande mundo
Que só Deus é o Senhor da vida
Do amor
Da beleza do alvorecer...
João Miranda
Sexta-feira, 25 de Junho de 2004
Teus olhos são estrelas
Que servem para me iluminarem
Tua boca um mar
Onde desejo navegar
Teus braços são lençois
Neles me quero deitar.
Teu peito uma almofada
Nela quero repousar.
Teus cabelos são raios de luz
Neles me quero perder
Tu és o meu mundo
E em ti quero viver
Olho-me ao espelho
Vejo a tua imagem em mim
Segredo-lhe um desejo
Que sejas para mim até ao fim!
João Miranda
Já alguma vez
Alguém te disse
Que te queria,
Como o campo quer as flores
Ou o céu as estrelas?
Nunca ninguém te disse
Que temia não saber
Expressar-te o seu amor
Como o poeta não traduz
A saudade ou a dor...
Não... Nunca ninguém te disse
Pois se alguém te dissessse
Nunca saberias a dimensão
Do meu sentimento
Que é meu deleite
Como tormento
Não... Nunca ninguém te disse
Para que eu pudesse
Dizer-te agora!
João Miranda