Sábado, 30 de Outubro de 2004
O teu olhar
A olhar o meu
Se perdeu!
Dava a vida
Para esse olhar
Ser só meu!
Estás longe...
Eu vejo-te perto
Quero estar contigo
Ainda que no deserto
Quero ver-te
A cada instante
Olhar teus olhos
A brilhar.
Contempla-me em ti!
Para sempre te amar!
João Miranda
14-Outubro-1999
Quarta-feira, 27 de Outubro de 2004
Eu sinto-me no mundo só contigo
Ouvindo a chuva a esbravejar
Lá fora!
Anbos errantes,
Ambos sem abrigo,
Tal como um bando primitivo.
Ruge a tormenta
Que pavor antigo
Na voz do vento se levanta e chora!
E sinto-me no mundo só contigo,
E a chuva caí pesada
E com demora...
Olhando a tua imagem
O amor me inunda
Enquanto o vendaval,
Na noite funda
Condença a força trágica da treva!
Ruge a tormenta
Cada vez mais forte
E assim estamos os dois já
Entre a vida e a morte...
João Miranda
Terça-feira, 26 de Outubro de 2004
Abandonada e descalça
Estendeu-me a mão
Perguntei-lhe num tom amigo
Que fazes aqui?
Olhou-me nos olhos com dor
Respondeu-me num mundo sem abrigo
Estou num mundo sem amor!
Era uma criança invulgar
Estava com fome e aborrecida
Pediu-me para a ajudar
Porque vivia muito sózinha
Aquela criança era alguém
Que me escondia o seu soluçar
Senti-me só também.
E tentei-a consolar
Lembrei que era natal
Naquela noite escura
O meu destino é fatal
Porque a minha mãe está na sepultura
Foi a resposta da criança.
João Miranda
Segunda-feira, 25 de Outubro de 2004
Vem comigo
Agarrar a luz da tarde
Quando nos diz adeus...
Vem comigo provar a saudade
Que tinge ao pôr do sol
O azul do céu.
Vem comigo
Escutar o cantar das cigarras
Ao fim do dia...
Vem comigo
Embriagar-te
Na magia da vida!
João Miranda
Quinta-feira, 21 de Outubro de 2004
Chão cinza...
Molhado pisado
De lágrimas salpicado
Chão ardido
Chão perdido ressequido
Chão querido
Chão que ardeu
O fogo tudo levou
Foram as lembranças da vida
Nada ficou!
Chão cinza...
Molhado pisado
De lágrimas salpicado
Chão que morreu
Toda a vida de uma pessoa
Até os animais
Que nada fizeram nesse chão
Assim tão queimado
A sua vida se perdeu.
Chão cinza...
No seu lugar só ficou
O lembrar do amor
Ali ficou...
Que num segundo as chamas
Só deixaram sofrimento e dor.
Chão cinza...
Que os homens de paz
Tentaram defender
Mas que outros homens
Nem sempre quiseram
Criar condições para essa luta vencer.
Chão cinza...
Pisado ressequido ardido
Chão querido
Mas perdido !
João Miranda
Julho 2004
Como corre em mim a seiva pura
Força vital que arde e cura
Doce natural forte e madura
Anjo animal fera candura
Ser tão maduro só me faz mal
João Miranda
12-01-2004
Quarta-feira, 20 de Outubro de 2004
A saudade escuta a alma
O passar do nosso tempo
Entre nuvens de lembranças
Desde a concórdia aos tormentos.
Saudade é pensamento
Que reside dentro de nós
Ave de livre cantar
E emudecer a nossa voz.
Saudade é recordação
Destino por encontrar...
Entre o jardim e o sonho
Borboleta a esboaçar
Saudade de perto ou de longe
Em nosso peito a morar.
Nostalgia com verdade
Lenços brancos a acenar
Saudade é água de rio
A deslizar suavemente
Em dias de calor ou frio
E chegar ao mar da gente.
João Miranda
Quarta-feira, 13 de Outubro de 2004
Lindo!...
Começar o dia a ouvir a tua voz!...
Terna e bela...meiga e doce...
E logo neste dia tão diferente...
Onde o sol brilha e a esperança nasce!...
Que beleza "escondida" tens!...
Que simpatia inadias
Que "contagio" me transmitis-te...
Foi esta sem dúvida a melhor prenda
Que me podias dar...
Vinda de ti!...
Lindo!...
Estou a teu lado
Tens todo o meu apoio
O meu carinho!...
Não duvido que vais ser feliz!...
Comigo?
(Adorava)
Mas...
Mais importante do que isso
O "seres feliz"
Estou contigo...
Neste dia tão diferente
Não mais esquecerei
E na minha mente ficará
A imagem duma mulher maravilhosa
E linda
Como sei que o és!...
Obrigado
As tuas palavras
Tem sido dum encanto enorme!...
Lindo!...
João Miranda
Terça-feira, 12 de Outubro de 2004
Ai amargura das almas crentes
Na doçura de amores doentes
Que navegam na escuridão
Como alma em falso clarão
Ai mentira tantos corpos amando
Com a alma sempre escurecendo
Sem o amor o amor são nada...
São mistério sem contos de fada
São a rosa da flor desbotada!
João Miranda
(03-01-2204)
Segunda-feira, 11 de Outubro de 2004
Ai o vento que as dores não leva
A mágoa não passa e as horras arrasta
Ai meu mundo que desfeito não se emenda
Nem no alto vejo a sua pomba branca
Ai meu deus que nada tenho de teu
Alma crente alma penada que ardeu...
João Miranda
(01-02-2004)