Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2005
O tempo passou a correr
E sem me reconhecer
Gastei o meu tempo à toa
Vaguei por vales e montes
Agora nos horizontes
Nem a alma me perdoa.
Em tormentas naveguei
Tempestades acalmei
No mar do meu querer
No jardim dos meus sentidos
Colhi frutos proibidos
Das sementes do meu ser.
Voei nas asas do vento
Caminhei à margem do tempo
Fui profeta e peregrino
Sem lamento ou queixume
Nas mãos apaguei o lume
Que queimou o meu destino.
Ao peso da frustação
Aceitei a solidão
Que a minha sorte decretou
Desertei do meu sentido
E hoje de mim perdido
Nem quero saber quem sou...
João Miranda
Quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2005
Numa noite de Natal
E junto daquele portal
Eu reparei num velhinho
Ele encarnava Jesus
E logo a pensar eu me pus
Por que estaria ele ali sózinho
Logo a verdade eu senti
E para ele eu sorri
Perguntando-lhe por que ali estava
Com amor me respondeu
Que o único desejo seu
Era o amor que procurava.
João Miranda
Terça-feira, 1 de Fevereiro de 2005
Se eu tivesse poder
Mesmo que fosse só a sonhar
Transformava este mundo
Fazia a guerra acabar...
Dava colo aos meninos
Que nunca tiveram amor
Vitimas de crueldades
Em momentos de horror...
Fazia os pobres viverem
A vida com dignidade
Sem sofrimento sem dor
Sem tanta desigualdade.
Mas eu não tenho poder
E estou bem acordado
A ver este mundo girar
Embalando na mentira
Pois a história da verdade
Anda bem camuflada.
Ah! Se pudesse!!!
João Miranda