Terça-feira, 16 de Agosto de 2005
Hoje o sonho levou-me nas suas asas!
E eu deixei-me ir!
Mal conseguia respirar de emoção, as imagens eram tão reais, as cores tão invulgares e puras, tudo tão harmonioso!
Olho para mim, sou um pássaro de penas coloridas e consigo voar!...
Percorro o céu, a terra, o mar mas... volto, enfim ao meu lugar, para quê ser pássaro se tenho que voar sózinho?
...Espera lá!
Sózinho? Não!
Outro pássaro colorido se aproxima!
Aguardo, pousado numa flor. Ele, então aproxima-se esboaça à minha volta, parecendo convidar-me a percorrer o céu, o mar, a terra!
E eu vou!
Sem pensar, sem hesitar!
Agora sim, os dois voamos, voamos, percorremos o céu, o mar, a terra, incansavéis, felizes, subindo, descendo, planando dando voltas e mais voltas...
Somos dois, mas parecemos um só, de tal modo o nosso voo é igual e o nosso colorido um só!...
Ah! Os sonhos!!!
João Miranda
Quarta-feira, 10 de Agosto de 2005
Mergulhado na escrita onde um poema
Transmite a realidade e não aquilo
Que me apetece escrever assim pudesse
Eu voltava atrás e descartava as memórias
Reciclava todos os males do mundo
E fazia novas histórias
Mas ao fazer dos sentimentos poesia
Mais perto de vós hei-de estar
Porque arranjei na escrita
A forma de os expressar
Mas quando abro meus olhos
De um sonho...
Logo fico sem folêgo nas noites
Longas em que o tempo se perde
E parece que saio dum eclipse total
Onde o homem quer fazer da terra
Um buraco negro ao qual
Meus olhos na revelação dos sonhos
Se fecham cansados
De verem tanta miséria...
João Miranda
Terça-feira, 2 de Agosto de 2005
A madrugada cai devagarinho
Dentro da penumbra do meu peito
Deixo cair lágrimas devagarinho
Sufocadas pelos sonhos desfeitos.
Na solidão desta vida
Deixo a esperança morrer
Sinto-me vazio e perdido
Sem forças para vencer.
Vencer medos ilusões
Esquecidos nos sentimentos e sensações
E acabar com o sofrimento e a dor
Mas acredito que tudo pode mudar
Como um pássaro livre a voar
Num voo de paz e amor.
João Miranda
(19-05-1977