Terça-feira, 25 de Outubro de 2005
Ribeira do Porto
Aristocrática religiosa burguesa
Popular fadista tumultosa e dedicada,
Evocada e objectiva.
Ribeira romântica
Poética!!!
Num mundo de contradições.
Já um dia te chamaram Ribeira
Alma penada da antiga cidade.
No espirito tens gravado
Não sendo o da maior indelêngia,
Da cidade Nobre...
Ribeira dos meandros e bestezas
As tuas sombras projectam-se
Em ângulos.
Que desenham no chão
Da Rua de S. João
As empenas recortadas
Das casinhas que resistem,
Aos insultos
Do tempo e da fartura.
Oh! Ribeira do passado.
João Miranda
Terça-feira, 18 de Outubro de 2005
Aquele menino!
Menino com um sorriso feliz
Esfarrapado.
Sedento faminto!
Não tem ninguém!...
Não tem pais...
Tem que viver - vende jornais.
Tão só
Como um raio de sol esquecido na noite.
Aquele menino!
Que comunga da pureza apática
E insípida do luar,
É limpido chora de dor,
E pobre...pobre como muitos outros
Não comprende porque murcha uma flor
E busca o remédio no além!
Aquele menino!
Que ouve vozes de crianças
Não tem que apagar suas esperanças.
Penetra no mistério das estrelas
E na realidade profunda
Que não se alcança só em vê-las.
Aquele menino!
Só no mundo... não quer ir na torrente,
Mas vai... vai e molda-se na teia
De hipocrita miséria latente.
Aquele menino!
Caminha à luz das noites mansas,
Agarrado à vida!
Caminha sem parar... em linha recta
E a caminhar... caminha
Será sua missão de poeta!!!
João Miranda
(15-12-1977)
Domingo, 16 de Outubro de 2005
Quem veio primeiro?
A Rosália.
O Pedreiro,
Ou o Infante?
Foi a escola Infante,
O Pedreiro
Foi o seguinte.
Depois foi a Rosáli
E o Gomes Teixeira se fêz
Lindo como uma dália.
Do Gomes Teixeira
Para o Infante
Uma carreira importante.
Na escola industrial
Há cursos diversos
E o laboratorial
Faz-se com versos.
A aptidão
É uma desgraça
Todos lá vão
Mas nem tudo passa.
Os SPI
São catedráticos
Mas os professores
Põem-nos problemáticos.
Mas no Instituto
Tens que estudar
Ser astuto
E não brincar.
João Miranda
(05-08-1975)
Quarta-feira, 12 de Outubro de 2005
Porto que linda cidade!
És tudo todo o meu orgulho~
És sempre Nobre e Leal
Assim como um belo areal.
O livro da cidade
São os teus actos
Por isso ficará na história
De Portugal os teus actos.
Cenário maravilhoso
Do Douro e do sol
É só uma imagem
Do Porto ao pôr-do-sol.
Gosto muito da cidade do Porto
E ela gosta de mim
Por ela trabalharei
E na vida vencerei!!!
João Miranda
13-07-1974
Segunda-feira, 10 de Outubro de 2005
OH! Porto!!!
Como é triste o teu fadário
E fazes no teu silêncio
O teu calvário
Estás a ver cair aos teus pés,
A cidade de lés a lés!!!
E agora estás a sofrer
Essa horrivel peste!!!
Que é a poluição dos nossos dias
É mais negra
Que as negras epedemias.
Tens um génio mau
Porque é que tu ensinas
O toque dessas malditas buzinas.
Que nos massacram,
Deprimem e atordoam,
Toda esta gente,
Que vive no Porto?
Sim, sei que dei largas em demasia...
Mas foi aproveitando o dia-a-dia
A estupidez de certos "senhores"
Que buzinam e dão força aos motores.
Oh! Gente imprópria para "consumo"...
Reparai nos escapes e no fumo
Que nos envenenam,
Porque estamos indefesos
E a policia... Está de movimentos presos?...
Deixo a cidade, cheio de pavor!
Mas só escondo tristeza e dor.
Vi uma criança num bairro de lata,
E a mãe estava triste,
Mas também não ata nem desata
O filho aproxima-se a dizer-lhe
-"Mãe? Eu sonhei com um parque
E um jardim
Correr e brincar ao sol!
E também jogar futebol!
Mas sós aqui...
Que poderemos fazer?"
João Miranda
(25-11-1973)
Quinta-feira, 6 de Outubro de 2005
Num sonho de alegria indizivel
Num céu de ardente constelações
Numa noite de luar aprezivel
Num momento de imenta emosão.
Numa alegria com chama e faísca,
Numa melancolia sem principios afim,
Num acender de um fósforo que risca,
É que eu vi o que eras para mim.
Num esquecer de dias que passaram
Num abrir de rosas que desfolharam,
Num rouxinol que rompeu a cantar.
É que eu vi como foi até agora...
Paz na nossa amizade sem demora.
João Miranda