Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2006

MIRADOURO DE STª. CATARINA

Miradouro da cidade bonita
Que beija o Douro
A última névoa do mar cantante
A madrugada advinhar os primeiros raios
De sol colorido.
Que a nascente trazem salpicos
De luz a encandear o horizonte azul.
As silhuetas são gaivotas
Em contra luz
Num cantar esgarrado
Perseguem os barcos da faina
No regresso da euforia
Da noite dura
Que baila em tremedeira alcofada
Das redes repletas de peixe.
Miradouro tens uma visão mistica
Pela manhãzinha
Quando o cheiro do mar é puro
E as mãos rudes dos pescadores
São autênticas
Quando os últimos cigarros tostam
As barbas fartas.
Quando os homens cantam as últimas baladas
De um cancioneiro popular que aprenderam oralmente.
Quando as luzes dos barcos
Fazem um cortejo disforme
Pelo rio adentro
Na chegada abençoada!
Tudo isto eu vejo
Do miradouro de Stª. Catarina.


João Miranda
publicado por João Miranda às 22:43
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Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2006

MAR DA SOLIDÃO

Que saudade
Do mar da minha solidão
Nas tardes amenas de inverno
Nas manhãs cálidas de verão
No sol do meu coração
Do mar revoltado do mar sereno
Da areia dourada
Da espuma das ondas beijando meu corpo
Da realidade ao sonho!
Enamorado sou desse mar
Do seu murmurar
Escutando o pranto da minha alma
A mergulhar.


João Miranda
publicado por João Miranda às 02:41
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Domingo, 19 de Fevereiro de 2006

CONFISSÃO

A morte
A sorte
O amor
Ou... A dor!
São como penas de ave
Que viaja nos céus
E pouco a pouco
As deixa cair
Aqui...
Mais além...
Sobre ti
Sobre a mim também!
E agitam o mundo
Num tremor profundo
De quem
Se sente inconstante
Como um viajante
Sem rota
Nem estrada
Que caminha ao acaso
Na vida frustada
Da ave emigrante!


João Miranda
publicado por João Miranda às 23:03
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Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2006

EU

Existo...
Sou...
Observo...
Odeio...
Amo...Dificel viver neste mundo
Talvez belo mas traiçoeiro.

Grito de dor! Anseio por paz
Procuro as asas que me libertem
Destas correntes que prendem meu ser
Ai! Quem me dera ser feliz!


João Miranda
publicado por João Miranda às 21:33
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QUEM SOU EU ?

Quem sou?
Não sei.
Talvez a noite
Talvez o dia
Sou o verme que rasteja
Sou a onda que vai e volta
Sou barco que luta contra a maré
Sou a flor que desabrocha para a vida
Sou rocha
Sou pluma.
Quem sou?
Não sei.
Talvez a chuva
Talvez o sol
Sou o pássaro que voa sem destino
Neste mundo confuso
Sou o que sente
Sou aquele que sofre
Sou criança
Sou homem
Sou pensamento
Sou razão.
Quem sou?
Não sei.
Talvez tristeza
Talvez alegria
Sou o amor
Mas não sou ódio
Sou aquele que tem fome
Aquele que tem sede
Sede de viver
Sede de amar.
Quem sou?
Sou enfim aquilo que ninguém é
Aquilo que todos são.


João Miranda
publicado por João Miranda às 00:15
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Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2006

QUANDO MORRER

Quando eu morrer
Não quero que dobrem os sinos
Porque são tristes!
Prefiro as crianças a cantar
E não quero flores,
No jazigo.
Não matem flores por mim!
Quero um caixão sem tampa
Para sentir a vida,
Junto a mim.
Pois quero na minha cova,
Quando for enterrar
Que plantem uma árvore.
E não quero gente a chorar!
Chorar sim quando nasci
Como epitáfio só isto:
"AGORA MORO AQUI"!!!


João Miranda
publicado por João Miranda às 23:27
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