Quinta-feira, 18 de Novembro de 2004
Andava como um navio
Bailando em maré viva
E fitava altivo o azul
Num jeito forte no olhar
Por vezes mudava a cor desse fitar
Ora azul de mar e céu
Ora cinza de tempestade.
Cresceram-lhe pestanas de musgo
De tantas lágrimas vertidas
Nas muitas despedidas.
Do sorriso vermelho
Trémulo e doce como ambrósia
Ia aspergindo um perfume
De flores do campo ligado à maresia
Poisaram-se-lhe açucenas nos cabelos
E o vento desprendia-os em fio.
Até que o corpo em balanço
Se inclinava à terra
Sulcado por sóis e por luas
E crescendo no mar salgado do destino
Agora longe de sereias seminuas.
João Miranda
De Anónimo a 28 de Novembro de 2004 às 17:01
beijos sem comentario*****maria*****
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