Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2006
Miradouro da cidade bonita
Que beija o Douro
A última névoa do mar cantante
A madrugada advinhar os primeiros raios
De sol colorido.
Que a nascente trazem salpicos
De luz a encandear o horizonte azul.
As silhuetas são gaivotas
Em contra luz
Num cantar esgarrado
Perseguem os barcos da faina
No regresso da euforia
Da noite dura
Que baila em tremedeira alcofada
Das redes repletas de peixe.
Miradouro tens uma visão mistica
Pela manhãzinha
Quando o cheiro do mar é puro
E as mãos rudes dos pescadores
São autênticas
Quando os últimos cigarros tostam
As barbas fartas.
Quando os homens cantam as últimas baladas
De um cancioneiro popular que aprenderam oralmente.
Quando as luzes dos barcos
Fazem um cortejo disforme
Pelo rio adentro
Na chegada abençoada!
Tudo isto eu vejo
Do miradouro de Stª. Catarina.
João Miranda